sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Indígenas são um terço dos miseráveis do mundo, diz ONU

Fonte: BBC Brasil

Um terço das 900 milhões de pessoas que vivem em extrema pobreza no mundo são indígenas, diz um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) publicado nesta quinta-feira.

O relatório, intitulado A Situação dos Povos Indígenas do Mundo, foi preparado por sete especialistas e divulgado pelo Secretariado do Fórum Permanente sobre Questões Indígenas das Nações Unidas.

Segundo os analistas da ONU, em decorrência da pobreza e da falta de acesso à saúde e educação, a expectativa de vida da população indígena chega a ser 20 anos inferior à média nacional em alguns países, como Nepal e Austrália.

Uma das mais graves ameaças a esses povos é o desrespeito por suas terras.
"Quando a população indígena reagiu (às desapropriações e invasões) e exigiu seus direitos, sofreu abusos físicos, detenções, torturas e até mortes", diz a publicação.

Diante desse quadro, diversos povos indígenas enfrentam sério risco de extinção.
Além disso, o estudo afirma que em cem anos, 90% de todos os idiomas indígenas devem desaparecer junto com suas tribos.

Tucuruí

O relatório critica o projeto da Usina Hidrelétrica do Tucuruí, no Pará, usando-o como exemplo para ilustrar as dificuldades enfrentadas pelos povos indígenas.

Para sua execução, uma barragem no Rio Tocantins foi construída, alagando uma área de mais de dois mil quilômetros quadrados.

A ONU explica que a água parada gerou uma praga de mosquitos e um aumento expressivo na incidência de malária sobre as comunidades indígenas da região.

Na região latino-americana, as taxas de pobreza dos índios são sempre superiores às do restante da sociedade: no Paraguai, ela é 7,9 vezes maior; no Panamá 5,9 vezes maior; no México 3,3 vezes maior; e na Guatemala 2,8 vezes maior.

A ONU cita que entre 2000 e 2005 a taxa de suicídios entre os índios guaranis foi 19 vezes maior do que a média brasileira.

A expectativa de vida dos índios também é menor do que a da média da população na região. Indígenas vivem 13 anos a menos na Guatemala, dez anos no Panamá e seis no México.

O estudo aponta ainda que a mortalidade infantil é 70% superior em comunidades indígenas da América Latina.

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